domingo, 20 de agosto de 2017

O sentimento genuíno

Esse blog, ao longo de sua história, sempre contou um pouco sobre o que eu chamo de amor, ou sobre gostar de alguém que não me correspondeu/corresponde, sobre sentir as coisas com intensidade, ou até mesmo sobre deixar de senti-las em algum momento da vida. Mas são poucos os textos daqui que escrevo genuinamente sobre o que o amor é, e sequer consigo pensar em outra pessoa sem ser a primeira inspiração dos meus dias.
Muitos que talvez leiam isso aqui pensem que se trata do amor que tenho por meus pais, ou irmãos, ou alguém considerado família. E, ainda que esse seja imenso e não dê para falar sobre ele ou defini-lo, creio que não representa exatamente o seria amar alguém externo, fora de meu convívio pessoal.

Creio que amar alguém consiste em, primeiramente, ver a pessoa feliz, e se preocupar de verdade caso isso não esteja ocorrendo e algo possa ser feito. Consiste em, mesmo distante, querer saber como ela está. É pensar em revê-la constantemente.
Amar alguém é apoiar, presencialmente ou distante, como puder ser feito. É mandar palavras de incentivo, amor e consideração mesmo que estas não sejam lidas, é saber, em seu coração, que o que é sentido é grandioso, mesmo que não seja recíproco em sua interpretação.
É sorrir o sorriso da pessoa, de sentir uma gratidão imensa apenas por ela estar viva e respirando. De sentir algo tão imenso que é incapaz de explicar, e mesmo quando tenta as palavras fugirem e a única lembrança que se vem a mente é o tom de sua voz e o abraço tão incrivelmente acolhedor. É sentir que ali é o teu lugar, dentro daquele abraço, onde aquela pessoa estiver, ainda que a veja por poucas vezes.
Amar consiste em reconhecer o seu próprio esforço, é passar por bons e maus momentos sem conseguir explicar o que sente, como falei acima. É ter muitos motivos para ser julgada por outrem e ainda assim persistir. É ser motivo de risos alheios, mas não estar nem aí pra isso.
É sentir uma saudade louca, que te escapa do peito e, em algumas noites, escorre pelos olhos. É encontrar conforto ao ouvir sua voz, ou algo que faça se lembrar o quanto aquilo é bom.
É saber que se tem apoio com um simples gesto espontâneo, é saber que se está ali, independente de qualquer coisa e saber as incontáveis lágrimas que caíram na espera longa e árdua por vê-la de novo.
Alegria, sono, raiva, medo, empolgação, ansiedade, mãos tremendo e lágrimas rolando pelos olhos com uma pequena possibilidade.
É se contorcer por dentro ao ouvir o nome, tão conhecido por tantas pessoas, mas tão pessoal para você. 

Essa imensidão, é praticamente impossível de ser dita com palavras. Amar é isso, imensidão.

E essa imensidão, eu só senti uma vez em toda a minha vida, por alguém localizado há uma grande distância, mais velho, falante de outra língua e o ser humano mais gentil e fabuloso que já conheci (e a alegria que me invade em dizer "conheci" após todos esses anos é indescritível). Acho que só senti um amor genuíno por meus meninos, em especial, por Chuck, que está sempre comigo e ali por mim, quando eu mais preciso.

Apenas fico grata, por saber que consigo sentir algo tão firme e genuíno por alguém como ele.